sábado, 7 de novembro de 2009

Perspectivas 2010



Puxa vida! Ontem mesmo era 1999 e agora já vamos para 2010. Eu sempre compro uma agenda no final do ano, para organizar meus compromissos no ano vindouro. Pura ilusão, eu sei, que daqui a alguns meses eu nem vou saber onde anda a bendita, e a maioria dos compromissos é de última hora mesmo, nem adianta marcar... Mas sabe a sensação que é um ano inteiro em folhas em branco, na sua frente? Sabe lá o que é a perspectiva de que você pode estar começando do zero, somente porque não há nada escrito ainda?
Eu gosto desta sensação, mesmo que passageira. Eu sei que não posso começar em branco, porque há coisas demais escritas em meus pensamentos, em meu coração. Começo a ter rugas desenhadas na testa e a ter de usar cores para despistar os cabelos brancos (são de preocupação, tá? Não de idade!). Bem, não há como negar, trazemos uma história conosco.
Se minha vida fosse uma agenda, eu poderia jogar fora o ano passado e esquecer os problemas que vieram ao longo dos meses. Mas também jogaria fora as alegrias, as memórias, os reencontros. A vida não é uma agenda, é um diário. A gente segue escrevendo. Pode ser que nunca voltemos os olhos às páginas antigas. Quando minha mãe não gosta de um assunto, ela costuma dizer: "Vira esta página!".
Às vezes é bom fazer isso, às vezes, não. Há páginas, especialmente aquelas que trazem manchas, amassados, dobraduras, que não conseguem passar desapercebidas. Mesmo com o livro fechado, se olharmos de lado, dá pra vê-las. Melhor encarar, olhar bem, passar à frente. Aprender.
Mas também há aquelas páginas nas quais a gente cola adesivos, figurinhas, momentos ilustrativos, uma poesia sem métrica, um versinho sem sentido, um beijo de batom. Essas páginas também se destacam das outras por suas cores de doces lembranças.
A vida é um diário... hoje pode ser um dia em que há coisas que eu gostaria de poder apagar, riscar... mas as marcas ficam na página seguinte, como acontece quando se escreve com a caneta apertada demais. Mas amanhã pode ser diferente, um registro que eu quererei guardar para sempre...
Minha vida não é um livro aberto. O fato de estar aberto não quer dizer coisa alguma. Livros abertos só pegam poeira. Eu quero que a minha vida seja um livro a ser folheado, anotado, riscado e rabiscado, um livro no qual haja coisas para ler... Que histórias escreveremos no próximo ano, Senhor? Dramas, tragédias, comédia, novelas, poesia, prosa? Põe tinta nesta caneta, Senhor... Eu espero que muitas coisas melhores venham por aí, e possamos colocar algumas histórias diferentes. Porque as folhas estão em branco. E isso é sempre uma grande possibilidade!

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