quarta-feira, 14 de abril de 2010

Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para o cumprires

Eu tinha este versículo na minha cabeceira, impresso num papel, durante um tempo na Faculdade de Teologia. Sempre penso nele quando quero desistir de algo que estou fazendo para o Senhor, por estar cansada demais ou abatida pelos muitos embates da vida. Recentemente preguei na igreja sobre ele. Disse que não faço ideia de quem tenha sido Arquipo, a quem Paulo dirige, na carta aos Colossenses 4.17. Mas o recadinho me incomoda... Será que Arquipo estava em crise? Desatento? Despreocupado? Esgotado espiritualmente? Não sei, mas Paulo lhe diz para prestar atenção ao seu ministério... Isso me leva a pensar em três aspectos, ao menos, acerca do ministério bem-sucedido.

1. Atentar para o ministério é começá-lo bem: isto tem a ver com a motivação inicial que nos leva a fazer algo para Deus. Por causa da pressão dos outros? Por que queremos aparecer? Por que ensejamos os elogios e a fama? Por que somos perfeccionistas e outros não fariam tão bem como nós? Muita gente começa errado e se dá mal, atropela sua vocação, não aguarda o tempo de Deus. Enfim, muita coisa pode dar errado. Por isso o conselho de Jesus em Lucas, quando fala que não podemos ser como aquele homem que começou a fazer uma torre, mas calculou mal e não pode concluir seu projeto. O que motiva você a começar algo? Que seja a vontade de servir e nada além disso, ou tudo pode desandar ao primeiro temporal.

2. Atentar para o ministério é perseverar: muita gente até começa bem. Tem apoio e reconhecimento ao que faz, esmera-se ao fazê-lo, consagra-se no serviço. Mas corre demais, se esgota logo, ou desanima quando surgem as críticas, as desavenças, os conflitos. Não sabe lidar com seus problemas e os deixa interferir na qualidade de seu relacionamento com Deus e, consequentemente, nas ações ministeriais que desenvolve. Mas a palavra de Deus é dura: Deus não tem prazer na pessoa que retrocede. O reino de Deus não conhece marcha à ré. Um certo pregador já disse: A Igreja vai a qualquer lugar, desde que seja para frente. Desistir não faz parte dos planos de Deus para ninguém. Busque tempo para renovar-se, para descansar, para focar-se novamente. Não se deixe esgotar, pois "a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos"...

3. Atentar para o ministério é saber terminar: há pessoas que começam bem e até prosseguem, mas não sabem a hora de parar. É preciso saber quando passar o bastão e permitir a sucessão na vida da igreja, de modo saudável e alegre. Pessoas que exerceram ministérios, especialmente em coordenações, muitas vezes tornam muito difíceis a vida e o ministério de seus sucessores, com críticas duras, palavras de desprezo, falta de consideração. Usam a famigerada frase: "No meu tempo...", "quando eu fazia..." e tudo vai por água abaixo. Aprenda a ser fraterno, aberto, repartindo sua experiência com quem vai chegando. Ninguém fica para semente, o nosso jeito pode não funcionar mais em novas circunstâncias. Tenha paciência com os novatos. Eu faço este exercício sempre em minha vida. Por exemplo, nunca buzino atrás de um carro de autoescola. Eu sei o quanto minhas mãos suavam quando eu estava aprendendo. Tenho de ter paciência para ver o talento do outro florescer. E se ele for melhor do que eu, então eu soube liderar e gerar frutos... A alegria é minha, mas a glória é de Deus.
Não sei onde você se encontra no seu ministério. Se começando, se tentando perseverar, se encerrando a carreira. Só lhe recomendo (e a mim também) o conselho sábio de Paulo: preste atenção. Seu ministério é um presente de Deus, cumpra-o, em qualquer situação e contexto. Você será uma bênção tanto ao entrar quanto ao sair e durante todo o tempo em que estiver lá! Graça e paz!

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