quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A graça de Deus e seus presentes para nós (2 Coríntios 5.17-21)


‘Graça é um favor imerecido’, gostamos de dizer. Mas parece-me que a graça fica meio sem-graça com essa definição. Eu diria que graça é um sorriso que a gente troca na rua com um desconhecido. Graça é uma criança qualquer que, na rua, reparte a bala com o filho da gente. Graça é uma chuva fresca numa tarde de calor. Graça é uma visita inesperada do amigo que vem de longe. Graça é o primeiro dentinho na boca de nossas crianças, a primeira letrinha que escrevem ao entrar na escola. Graça é o olhar de aprovação do pai ao filho depois da apresentação da escola. Graça são as pequenas coisas que marcam a vida da gente, coisas das quais a gente se lembra com clareza mesmo depois de muitos anos... Tamanha é essa graça e seu impacto na vida da gente que uma das coisas mais marcantes na doença de Alzheimer, por exemplo, é a capacidade de alguns enfermos de lembrar fatos pequeninos do seu passado, enquanto desconhecem completamente o hoje. Porque a graça marca, indelevelmente, o coração e a mente... Por isso, graça é ‘presente’. Presente nós sabemos o que significa. A alegria de recebê-lo é sempre contagiante, o sentimento de que somos importantes para quem nos dá o presente é algo que interfere e aquece nossa auto-estima...
Graça é presente de Deus, diz Paulo, e completa: “Pela graça sois salvos – e isso não vem de vós, é dom de Deus”. Nada que façamos pode alterar o fato de que Deus nos ama. Seu amor é santo e exigente, mas igualmente e por mais contrário que isso pareça, também é incondicional. Mas a graça de Deus é um atributo dele, uma parte de seu caráter. A graça não está em evidência apenas quando Deus faz algo por nós ou para nós, mas é algo inerente a Deus. Um pregador, chamado Ronald Hanko, afirmou: “Quando dizemos que Deus é gracioso, queremos dizer que em tudo da sua glória, ele é belo e encantador acima de tudo o mais, e que a beleza de sua pureza e glória interior brilha em todas as suas ações e palavras. Assim, ele encontra favor aos seus próprios olhos. (...) Ele é para sempre gracioso em si mesmo, e seria mesmo que não tivesse salvo ninguém. Que ele salvou é, portanto, uma grande maravilha e algo pelo qual nunca deveríamos cessar de agradecê-lo”.

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